A ampla construção dos movimentos, coletivos e entidades antimanicomiais e antiproibicionistas do Brasil tem muito a comemorar!
Em reunião da comissão intersetorial tripartite no dia 16 de fevereiro, a Ministra da Saúde Nísia Trindade anunciou a nomeação da Dra. Sônia Barros como diretora do Departamento de Saúde Mental da Secretaria Especializada do Ministério da Saúde sob gestão de Helvécio Miranda Magalhães. Ganhadora do prêmio Nise da Silveira em 2022, enfermeira, mulher preta, com uma sólida carreira universitária de formação e pesquisa, professora sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP, tem ampla experiência de gestão em saúde. Esta nomeação é também um marco na luta antirracista e de gênero no país.
Durante todo o processo eleitoral, o processo de transição e até o momento atual aconteceu uma forte mobilização de uma diversidade de atores sociais com vistas a construção de uma agenda emergencial e de uma plataforma propositiva para a retomada da centralidade da política nacional de saúde mental e drogas baseada nos princípios da Reforma Psiquiátrica. A marca de todo esse processo foi o protagonismo de movimentos e entidades da luta antimanicomial e da luta antiproibicionista, que já estão construindo as conferências de saúde mental por todo o país. A apresentação do nome de Sônia Barros para a direção do departamento de saúde mental e de Marcelo Kimati para compor a equipe foi inicialmente apresentado pela Associação Brasileira de Saúde Mental/ABRASME e pela Frente Nacional Negros e Negras da Saúde Mental (FENNASM) e foi ampliando através de um processo de discussão, ganhando o apoio de diversos coletivos e entidades. Neste sentido, o posicionamento claro e o debate público em torno dos nomes significaram uma inflexão no processo de gestão da política pública de saúde mental no país. O compromisso que Dra. Sônia Barros representa é pelo cuidado em liberdade e pela luta antirracista e antiproibicionista orientadora da plataforma citada.
Assim, todo apoio a Diretora do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde e parabéns aos movimentos antimanicomiais e antiproibicionistas, pois esta é uma conquista coletiva.
Boa luta companheira.